Quando era criança eu e meu primo éramos muito próximos. Lembro de assistirmos Cavaleiros do Zodíaco na casa dos meus tios e brincarmos na casa de nossos avós. Eu era fã de tudo o que ele fazia e me sentia orgulhosa de nossas características em comum: covinha na bochecha apenas de um lado e uma forma estranha e errada de segurar lápis e canetas.
Mas, acredito que pelo menos uma pequena parte de nós corresponde àquelas crianças que corriam pela casa dos avós nos finais de semana de muitos anos atrás. Acredito que ele ainda tenha algo daquele menino que dividiu comigo sua descoberta num dia triste de céu claro: “olha, as nuvens andam!”. E acredito que eu ainda seja, em parte, aquela mesma menina que por um instante, dois ou mais olhou para o céu sobre si e percebeu que era verdade. De fato foi a partir daquele momento que eu soube observar melhor as coisas, que eu soube que era preciso calma e paciência, pois meu primo me disse que só seria capaz de perceber se prestasse bastante atenção.